terça-feira, 20 de março de 2012

One of those moments...

 


Já tinha ouvido histórias destas, ou lido na web. Mas vivê-las de perto...
Hoje quando vinha a caminho de casa já a noite tinha caído, e ao chegar à minha rua reparei em alguma coisa no meio da estrada. Era um gato, sentado exactamente no meio da estrada. Parei o carro, mandei-lhe com os máximos uma e outra vez, apitei, abri o vidro e tentei de tudo para que o gato se mexesse... Nada. Continuava sentado, de costas para mim, imóvel. Por fim, e porque não podia ficar ali parada logo a seguir a uma curva, lá galguei o relvado junto à estreita estrada e contornei o gato. Foi então que vi: a frente deste gato estava outro, estendido no chão.
Estacionei o carro, e de nó na garganta e mãos a tremer, liguei ao Roger para vir cá fora e fui ver o que se passava. Quem me conhece sabe: poucas coisas me deixam tão triste como presenciar o sofrimento de um animal, mas nunca seria capaz de o ignorar, sem saber se poderia de alguma forma ajudar. E este estava vivo, mas a julgar pelos gemidos angustiantes, não duraria muito. Aproximei-me a medo e percebi que o gato não tinha sido atropelado. Estava a ter uma espécie de ataque. Não tinha sido atropelado, mas se continuasse ali iria ser. Foi então que tudo parou, o gato levantou-se e, ainda meio manco, foi refugiar-se no jardim da casa mais próxima e quando o Roger chegou já não o encontrámos. O outro gato, e isto é verdadeiramente admirável, não arredou pé do meio da estrada enquanto o primeiro estava em sofrimento e não podia fugir dos carros. Ficou ali sentado, imóvel, solidário e protector. Obrigou-me a desviar-me do meu caminho e a evitar o atropelamento do gato doente, que de outra forma eu nunca teria visto, porque estava deitado na estrada.
Acabado o pânico, o gato-herói olhou em volta, viu que tudo estava bem e só então seguiu rua abaixo, ignorando por completo a grandiosidade do que acabara de fazer.
Ao chegar à minha porta, encontrei os dois gatos dos meus vizinhos que adoram mimos e normalmente não me largam da perna quando chego a casa. Não me ligaram nenhuma, a atenção deles estava ainda focada no que se tinha passado na estrada.
Há coisas fantásticas, não há?

domingo, 11 de março de 2012

And yesterday


was a playoff day.
A convite da minha querida Helen (sim, a professora do post abaixo), fui ver a final da liga B de hockey no gelo. O namorado dela é jogador da equipa de Wettingen.
Primeira constatação: hockey no gelo é um desporto violento e rápido, que nos exercita mais o pescoço que uma aula de yoga.
Segunda constatação: I kinda like it.
O jogo era para os lados de Berna, por isso depois de almoço lá nos fizemos à estrada, para pouco mais de uma hora de tagarelice e muitas gargalhadas.
Depois de nos perdermos umas quantas vezes, lá chegámos ao ringue. Boas notícias: o nosso adversário era a equipa da casa. E para apoiar a nossa equipa, não éramos mais que meia dúzia. Altamente! Estes suíços são uns bebés. Em vez de cornetas, têm sinos; em vez de insultar, cantam; em vez de bradar gritos de guerra, batem palmas. Exacto. Tive de dar umas luzes àquela malta sobre o verdadeiro espírito do chearleading. E modéstia à parte, tivemos tanto sucesso que a nossa equipa até ganhou.
Acabado o jogo, começaram as celebrações dos campeões com muita cerveja à mistura. E esta foi a deixa para as ladies se retirarem e irem jantar.
Quando mais tarde voltámos a encontrar os jogadores na noite, já eles falavam línguas (ainda mais) estranhas e dançavam em coreografias combinadas que faziam lembrar uma concentração de frangos-de-churrasco bailarinos.