segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Em tom de alerta: "Aumentam os casos de exploração de portugueses na Suíça"

Os tempos que correm a isso obrigam, e são cada vez mais as pessoas que, dominadas pelo desespero, aceitam sair de Portugal em condições precárias.
Este artigo em nada me surpreende, e não conhecendo ninguém próximo nesta situação, tenho plena consciência que este tipo de situações é comum.
O que mais me deprime é saber que, em muitos casos, são os próprios portugueses, que enquanto empregadores, se aproveitam do desespero dos que aqui chegam, pagando "salários" de miséria e tirando vantagem da falta de conhecimento ou alternativa.
Triste também é a passividade do consulado, que eu própria já presenciei, que ao invés de agir em prol dos tantos portugueses deste país, os trata como estranhos.

Para os interessandos, fica o artigo publicado pela Visão:

O deputado do PS pela emigração, Paulo Pisco, exortou este domingo o Governo a abordar as autoridades da Suíça para resolver os casos de exploração de trabalhores portugueses no país, que têm vindo a crescer e que envolvem vários licenciados
Na conclusão de uma visita à Suíça, em que se reuniu com representantes de sindicatos e outros membros da comunidade, o deputado socialista disse à Lusa que há "intermediários" a tirar partido do aumento da imigração portuguesa para a Suíça, retendo parte do salário dos contratados.
"Muitos recebem infinitamente abaixo daquilo que as convenções de trabalho na Suíça obrigam", disse à Lusa o deputado.
Enquanto o salário estipulado nas convenções varia entre 25 a 35 francos suíços por hora, nalguns casos o vencimento real dos trabalhadores é de "menos de 10 euros" (12,3 francos) e até "menos de cinco euros" (6,1 francos). "É uma situação de exploração laboral clara, que provoca um `dumping? salarial e cria problemas de natureza social. É uma infracção a todas as regras e leis do Estado suíço e não é aceitável que este tipo de situações ocorra", adiantou Paulo Pisco.
Nalguns casos, são empresas de portugueses a "atravessar dificuldades", que contratam conterrâneos e acabam por explorá-los, noutros os responsáveis são "intermediários com patrões suíços ou que eles próprios tem negócios", de acordo com as denúncias que têm chegado aos sindicatos. A construção é o sector onde se verificam mais destes casos, mas também há relatos noutros serviços, como a restauração, segundo o deputado socialista.
Pisco exorta o Governo a abordar as autoridades suíças para que sejam criadas "comissões mistas com inspecções do trabalho, colaboração entre autoridades policiais, para que este tipo de redes de exploração de portugueses pudesse vir a ser desmantelado". Além de serem negativos para as pessoas afectadas, estes casos prejudicam também "a imagem da comunidade" e "embaraçosa para Portugal", envolvendo violação das leis por portugueses.
Um ano depois de ter constatado "in loco" os "indícios" da situação, "não há uma resposta por parte das autoridades portuguesas, a nível consular". "O Consulado não tem capacidade de resposta, não tem funcionários suficientes (...) não sai do seu edifício, não tem uma preocupação de natureza social para que este tipo de problemas possa ser resolvido. É importante que as autoridades mudem um bocado de atitude", afirma Pisco.
Segundo o deputado socialista, o mais recente fluxo migratório para a Suíça inclui parte substancial de diplomados, como arquitectos ou engenheiros, que muitas vezes acabam a trabalhar na "restauração, limpeza ou agricultura".

artigo publicado on-line pela revista Visão

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O que me tem ocupado nestes dias




Não é novidade para ninguém que devoro livros atrás de livros, mas que sou principalmente inclinada para temas que se afastem especialmente da realidade. Os livros são o meu alter-mundo. Transportam-me para eras paralelas, permitem-me a entrada nas vidas das personagens e estimulam a minha imaginação de uma forma inigualável. Costumo dizer que não me interesso por livros baseados em histórias reais, demasiado intelectuais ou espirituais, demasiado formais, porque o mundo já o é, e o que eu preciso mesmo é de algo que me transporte, algumas vezes, para fora da minha realidade. Gosto de livros fantásticos, surreais, desfasados da actualidade.
Já não me lembrava de ficar tão apegada a um livro, ou a três, neste caso.
Primeiro vi o filme, assim meio por acaso, e não fazia ideia do que ia encontrar. E depois fiquei tão interessada na história que quis saber mais. Mesmo ocupada até à ponta dos cabelos, numa semana li o primeiro livro da triologia e era ver-me agarrada a ele na pausa do almoço e nos serões tardios antes de ir dormir. Devo confessar que foi mesmo uma luta resistir a pegar-lhe no meio do transito. Depois li o segundo livro durante o fim-de-semana e agora estou ancorada ao terceiro e último. Estou tentada a reduzir o ritmo da leitura pois não quero mesmo que acabe.
Estou fascinada com a acção, com o romance, e com a coragem e carácter da personagem principal. A língua destravada, a rebeldia e a entrega que coloca em tudo o que faz. Acima de tudo, a fidelidade a si mesma. Uma personagem genuina e arrebatadora, que ninguém pode deixar de admirar.
A história em si é viciante. É impossível acabar um capítulo e não ler pelo menos as primeiras linhas do seguinte. A constante atmosfera de conspiração e inobjectividade deixa-nos a matutar sobre o que lemos, muito depois de fechar o livro.
Definitivamente escrito para fãs da leitura fantástica, misturando ficção científica com uma improvavel história de amor, sangue, violência e miséria. E coragem, é acima de tudo uma história de coragem.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro


Nunca é demais relembrar que o diagnóstico precoce, quando possível, é tão, mas tão importante.

"We don't know how strong we are until being strong is the only choice we have."